Os alimentos funcionais vira e mexe voltam a ser assunto das pessoas que se preocupam com a alimentação. Todo mundo parece ter uma dica infalível daquela fruta ou legume que pode operar milagres na saúde. Mas o que são eles? De fato, será que tudo o que parece é?
“Alimentos com alegações de propriedades funcionais são uma categoria que apresenta propriedades relativas ao papel metabólico ou fisiológico que uma substância tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano”, explica Thalita Antony de Souza Lima, gerente geral de alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Lembrando que essa designação vale para itens industrializados.
Eles fazem parte de um grupo de produtos que ajudam a manter o corpo saudável por conterem, em sua composição, elementos que atuam diretamente na prevenção de alguma enfermidade. “Os alimentos (ou até os ingredientes) funcionais são aqueles que trazem benefícios para a nossa saúde. Além de suas propriedades nutritivas, eles fazem com que você não desenvolva alguma doença crônico- degenerativa, como câncer, diabetes, entre diversas outras”, afirma Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia).
Classificação oficial
Existe, sim, uma classificação oficial para que um alimento possa ser caracterizado como funcional. “A alegação de propriedade funcional precisa ser comprovada, previamente, junto à Anvisa. Para isso, as empresas interessadas devem protocolar um dossiê técnico-científico, contendo as informações previstas na Resolução n. 18, de 1999, que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos”, pontua Lima.
Embora exista regulamentação, o famoso “boca a boca” pode espalhar as já tão conhecidas fake news, o que significa que muita gente consome produtos achando que eles exercem funções específicas na saúde, mas não é bem assim. Camila Afonso Alho, nutricionista da rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, elenca alguns nomes conhecidos e que não apresentam nenhuma funcionalidade comprovada para o organismo: moringa, chá verde, sal rosa do Himalaia e água com limão.
Em resumo, “para ser considerado funcional, o alimento precisa, além de suas funções nutricionais ‘básicas’, quando incluído em uma rotina alimentar, oferecer ou proporcionar outros efeitos benéficos para a nossa saúde, ou seja, os benefícios vão além do valor nutritivo que ele já apresenta. Ele é considerado ‘promotor’ de saúde, pois está associado à diminuição dos riscos de desenvolvimento de algumas doenças crônicas”, conclui Filho.
Por mais que a classificação valha para alimentos industrializados, itens do dia a dia também são ricas nas substâncias funcionais reconhecidas pela Anvisa. Veja algumas dessas substâncias e como incluí-las no prato naturalmente:
Ômega 3:
encontrado em óleos vegetais, peixes de águas profundas e oleaginosas, esse ácido graxo ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, reduzindo os níveis de colesterol total e LDL (sigla que designa o “colesterol ruim”);
Licopeno:
presente no tomate, goiaba e melancia, essa substância tem atividade antioxidante e ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e protegem contra o câncer;
Luteína e zeaxantina:
presentes no brócolis e outros vegetais de folhas verde-escuras, ele combate radicais livres, ajudando em doenças como câncer, diabetes, entre outras;
Beta-glucana:
um tipo específico de fibra, presente na aveia (seja em flocos, farelo ou farinha), ela ajuda no trânsito intestinal (como as fibras em geral) e na redução do colesterol;
Inulina e outros frutooligossacarídeo (FOS):
é um tipo de carboidrato encontrado em vegetais como alho-poró, batata yacón, chicória, alho, alcachofra, entre outros. Eles são considerados prebióticos, ajudando no equilíbrio da flora intestinal.
CRÉDITOS: Jhennifer Moises
IMAGENS: IStock
FONTE: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/01/22/voce-sabe-mesmo-o-que-sao-alimentos-funcionais-entenda-essa-classificacao.htm