O burnout é um fenômeno cada vez mais comum nos ambientes de trabalho modernos. A exaustão emocional, física e mental resultante das demandas constantes e do estresse prolongado afeta não apenas o bem-estar dos indivíduos, mas também a produtividade e a qualidade de vida.
Neste artigo, exploraremos o conceito de burnout, suas causas profundas, os sinais e sintomas a serem observados, bem como o impacto que pode ter na saúde e no desempenho no trabalho. Além disso, apresentaremos estratégias práticas para prevenir e gerenciar o burnout, promovendo um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.
Acompanhe-nos nesta jornada para compreender melhor o burnout e descobrir como construir uma relação mais saudável e sustentável com o trabalho.
O que é Síndrome de Burnout?
O trabalho é algo que quase todas as pessoas fazem ou farão em algum momento da vida. Assim, exercer o ofício com satisfação e ter saúde mental no trabalho é um objetivo de todos.
No entanto, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é uma doença ocupacional que afeta colaboradores expostos a cargas horárias extremamente exigentes e/ou ambientes de trabalho tóxicos para a saúde mental.
Isso quer dizer que um número crescente de pessoas no Brasil (e no mundo como um todo) não têm conseguido trabalhar com bem-estar e de forma eficaz por conta dessa Síndrome.
As estatísticas não mentem: os índices de colaboradores diagnosticados com a Síndrome de Burnout já chegam a casa dos milhões no Brasil. Só para se ter uma ideia, somos o 2º país com mais casos da doença no mundo!
Tal ponto é de especial relevância para as empresas, uma vez que, desde de 1º de Janeiro de 2022, o Burnout deixou de ser um transtorno da mente para se tornar uma doença ocupacional! Agora o transtorno está catalogado na CID-11, décima primeira revisão da Classificação Internacional de Doenças elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pouca gente sabe, mas a Síndrome de Burnout é uma das doenças ocupacionais que mais causam afastamentos do trabalho no Brasil.
Mas, afinal, o que leva um transtorno a ser classificado como doença ocupacional? Confira na sequência…
Os 12 estágios do esgotamento profissional
Antes de chegar à Síndrome de Burnout (e, depois, às suas sequelas), a pessoa passa por uma série de estágios.
De fato, quanto antes o problema for identificado, melhor.
Por isso, veja com atenção os estágios que antecedem a Síndrome de Burnout
- Necessidade de aprovação – pode ter associação com metas inalcançáveis;
- Acúmulo de trabalho e de responsabilidades – há dificuldade de delegar e de dizer não, o que gera sobrecarga;
- Omissão das necessidades pessoais e sociais – comer, dormir, exercitar-se, relaxar: tudo isso fica em segundo plano;
- Fuga dos problemas – neste ponto, a pessoa nota que algo não vai bem, mas nega os fatos e os reprime;
- Revisão dos valores pessoais – todo o propósito de vida passa a ser profissional, sem espaço para outras ambições;
- Negação e irritabilidade – passa-se a negar dificuldades interiores e exteriores, o que gera agressividade;
- Isolamento social – prazos não mais são cumpridos e falta-se com frequência das reuniões;
- Transições notáveis de comportamento – as mudanças no humor são evidentes;
- Despersonalização – o comportamento pessoal não acontece mais, o que há é só um cumprimento mecânico de parte dos deveres laborais;
- Sentimento de vazio interior – a irritabilidade dá então espaço à falta de sentido;
- Sintomas de depressão – a pessoa perde completamente o prazer na realização das atividades;
- Esgotamento ou burnout – por fim, chega-se ao esgotamento completo, que inviabiliza o trabalho.
Quais são os sintomas do Burnout?
Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, alguns sintomas da Síndrome de Burnout são:
Sintomas físicos:
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Dor de cabeça frequente;
- Alterações no apetite;
- Fadiga;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos;
- Insônia;
Sintomas psíquicos:
- Dificuldades de concentração;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de derrota e desesperança;
- Sentimentos de incompetência;
- Alterações repentinas de humor;
- Isolamento
Além disso, existem outros sintomas, como baixa produtividade, irritabilidade, apatia, pessimismo, problemas de memória, etc.
Quais são as causas do esgotamento?
A principal causa do Burnout é um trabalho que gera esgotamento, seja pelas condições laborais e/ou pela carga horária extenuante.
De fato, o trabalho é um local em que exigências e relações interpessoais são frequentes.
Toda essa dinâmica pode ocorrer muito bem, de forma que as equipes trabalhem em sinergia para o desenvolvimento da empresa.
No entanto, quando os colaboradores não encontram sentido em suas tarefas e/ou se sentem pressionados demais pelas suas atribuições, a saúde mental pode ser prejudicada.
Dessa maneira, o meio de trabalho pode ser gatilho para deflagrar uma série de transtornos, dentre eles a Síndrome de Burnout.
É dever dos empregadores oferecer um ambiente laboral favorável à saúde mental dos colaboradores.
Afinal, tais medidas são exigidas por lei e, em caso de doenças ocupacionais, os empregadores são responsáveis por arcar com os custos do trabalho.
Sem contar que a Síndrome de Burnout e outras doenças ocupacionais causam afastamento dos postos de trabalho no Brasil, causando prejuízos para as corporações.
De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em 2020, os transtornos da mente foram responsáveis por mais de 576 mil afastamentos, uma alta de 26% em relação a 2019.
Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Burnout?
O diagnóstico da condição é feito pela avaliação de um médico psiquiatra ou profissional da psicologia.
Vale pontuar que Síndrome de Burnout e cansaço são situações distintas entre si.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a Síndrome de Burnout envolve sintomas de esgotamento crônicos.
Ou seja, quando há um cansaço esporádico, que cessa após alguns dias de descanso, não se trata de um transtorno.
Para ser classificado como Burnout é necessário que os sinais e sintomas aconteçam por meses contínuos.
Além disso, para ser classificado como transtorno da mente, a CID-11 exige que os sintomas tragam sofrimento significativo para a pessoa e/ou para aqueles que convivem com o paciente.
Qual o tratamento para Burnout?
A Síndrome de Burnout é uma condição 100% tratável, desde que seja identificada.
A base do tratamento da condição consiste em psicoterapia, a qual deve ser realizada por um profissional devidamente certificado.
Há profissionais da saúde mental especialistas em tratar transtornos ocupacionais e aqui no Zenklub você encontra vários deles!
Em alguns casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicações psicotrópicas. Por exemplo:
- Casos em que há exacerbação dos sintomas, causando intenso prejuízo para o paciente e/ou para as pessoas da sua convivência;
- Associação do Burnout com outros transtornos – transtorno depressivo, transtornos de ansiedade, fobias;
- Situações que não tiveram melhora completa com as sessões de psicoterapia.
Como prevenir o esgotamento profissional?
Diante da estatística que mostra aumento da incidência da Síndrome do Burnout no Brasil e suas implicações do afastamento no trabalho, fica a dúvida: como evitar tal condição?
Pois bem, é responsabilidade das empresas ter a devida atenção com as medidas que não só resguardam a saúde mental, mas também promovem o bem-estar dos seus colaboradores.
Dentre as ações práticas que podem ser tomadas pelas organizações estão:
- Exercícios para diminuir o estresse – meditação, mindfulness, rodas de conversa, jogos, muitas são as opções para aliviar a tensão no ambiente de trabalho;
- Dar espaço para a expressão – muitas vezes os colaboradores desenvolvem transtornos da mente, pois não sentem que têm o espaço adequado para falar dentro da empresa;
- Identificar funcionários sobre pressão – pedir feedbacks frequentes dos colaboradores acerca da saúde mental deles é uma opção interessante para prevenir o Burnout;
- Acolher e valorizar cada colaborador – com a Glamourização do Workaholic é comum que colaboradores se culpem por não atingirem performances de trabalho estratosféricas. É importante olhar com empatia e enfatizar o valor dos talentos de cada trabalhador.
Como identificar se estou com síndrome de Burnout?
Como você viu, o Burnout possui uma série de estágios prévios ao esgotamento.
É interessante fazer, de forma constante, uma autoanálise.
Assim, é possível perceber alterações nos pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos a ponto de agir rapidamente.
Além disso, propor momentos, no ambiente de trabalho, em que os colaboradores dão um feedback sincero sobre a saúde mental de cada um deles certamente pode ajudar.
CRÉDITOS: RUI BRANDÃO/ZENKLUB
FONTE: Burnout: o que é, quais são as causas e sintomas | Zenklub